Esteira transportadora industrial: vantagens para usina de açúcar

A esteira transportadora industrial é um dos equipamentos mais importantes para garantir eficiência, segurança e produtividade em linhas de produção. 

Nas usinas de açúcar, onde o transporte de bagaço, açúcar cristal, sacarias e subprodutos exige operação contínua e alta robustez, a esteira correta faz diferença direta no rendimento da planta. 

Por isso, entender os tipos de esteiras industriais, suas aplicações e os critérios técnicos de seleção é fundamental para evitar paradas, reduzir custos operacionais e aumentar a confiabilidade do processo.

A Kalatec Automação convida você a descobrir as vantagens cruciais que esses sistemas oferecem: da redução de custos e aumento da capacidade de processamento à melhoria das condições de trabalho

O que é uma esteira transportadora industrial?

Uma esteira transportadora industrial é um equipamento mecânico projetado para movimentar materiais de forma contínua, controlada e segura dentro de processos produtivos. Seu objetivo é garantir fluxo constante, reduzir esforço manual e aumentar a eficiência da linha.

A estrutura da esteira é composta por:

• Estrutura metálica de suporte;
• Roletes ou módulos plásticos/metálicos, dependendo da aplicação;
• Sistema motriz formado por motor elétrico e redutor;
• Elemento de transporte, como correia, roletes ou esteira modular.

Nos modelos de correia, os mais utilizados na indústria, o sistema funciona de forma simples e confiável: a superfície de transporte se movimenta sobre dois tambores (motriz e de retorno), apoiada por roletes ao longo da estrutura. 

O motor elétrico aciona o tambor motriz, que traciona a correia em um ciclo contínuo, garantindo transporte estável mesmo em longas distâncias.

Essas esteiras são fundamentais em operações que dependem de transporte contínuo, como usinas de açúcar, indústrias de alimentos, embalagens, logística e manufatura. Além da robustez, permitem integração direta com sistemas automatizados, como CLPs, sensores, controle de velocidade e dispositivos de segurança, elevando produtividade e padronização do processo.

Por que as usinas de açúcar precisam de esteiras transportadoras?

As usinas de açúcar precisam de esteiras transportadoras porque elas realizam o transporte automático da cana-de-açúcar, do bagaço e do próprio açúcar entre diferentes etapas do processo fabril.

Desde a chegada da cana-de-açúcar até a expedição do produto, cada etapa exige um sistema de transporte robusto e confiável. 

É aqui que as esteiras transportadoras industriais se tornam equipamentos insubstituíveis, atuando como a espinha dorsal da logística interna e garantindo a fluidez do processo produtivo.

As aplicações são diversas e críticas:

• Transporte de Bagaço: após a moagem da cana, o bagaço é um subproduto volumoso que precisa ser transportado em grandes quantidades. As esteiras são ideais para mover o bagaço até as caldeiras para geração de energia (bionergia) ou para áreas de armazenamento, garantindo um fluxo constante e otimizado para a cogeração.
• Movimentação de Sacarias de Açúcar: uma vez processado, o açúcar é ensacado e precisa ser transportado da linha de produção para o estoque ou diretamente para a expedição. Esteiras específicas para sacarias garantem a movimentação rápida, segura e com menor esforço físico.

• Logística Interna Abrangente: além do bagaço e das sacarias, as esteiras são empregadas em diversas outras fases, como o transporte de torta de filtro, calcário, e outros insumos ou subprodutos. Elas conectam diferentes setores da usina, da recepção da matéria-prima à moagem, tratamento, cristalização e embalagem, criando um fluxo de trabalho contínuo e integrado.

A adoção de esteiras transportadoras permite às usinas de açúcar:

• Aumentar a Capacidade Produtiva: ao automatizar o transporte, gargalos são eliminados e a velocidade de processamento é ampliada.
• Reduzir Custos Operacionais: diminui a dependência de mão de obra para tarefas repetitivas de transporte e otimiza o uso de energia.
• Melhorar a Segurança no Trabalho: reduz a exposição de funcionários a riscos associados ao transporte manual de cargas pesadas ou volumosas.
• Garantir a Qualidade do Produto: minimiza a contaminação e danos aos materiais durante o transporte.

Em suma, as esteiras transportadoras não são apenas um luxo, mas uma necessidade estratégica para que as usinas de açúcar mantenham a competitividade, a eficiência e a sustentabilidade em suas operações.

Tipos de esteiras transportadoras industriais

A escolha da esteira transportadora industrial ideal depende de uma série de fatores, como o tipo de material a ser transportado, o ambiente de operação, a capacidade necessária e as características específicas da aplicação. 

Conhecer os principais tipos e suas particularidades é crucial para otimizar processos e investimentos.

Esteiras de correia

• Características: correia contínua (borracha, PVC, etc.) sobre roletes, acionada por tambores. Podem ser planas ou em calha. 
• Quando Usar: ideais para materiais a granel (como bagaço de cana, açúcar a granel), produtos embalados, caixas. Excelentes para longas distâncias e inclinações variadas. 
• Vantagens: alta versatilidade e capacidade, bom custo-benefício, movimento suave. 
• Desvantagens: desgaste da correia, limpeza pode ser desafiadora, sensibilidade a temperaturas extremas.

Esteiras metálicas / modulares

• Características: superfície formada por módulos interligados (plástico ou metal), robustas e resistentes. 
• Quando Usar: ambientes agressivos, transporte de produtos quentes, abrasivos ou químicos. Ótimas para indústrias alimentícias (higiene) e para subprodutos mais robustos em usinas. 
• Vantagens: alta durabilidade e resistência, fácil manutenção (substituição de módulos), flexibilidade de layout (curvas). 
• Desvantagens: custo inicial mais elevado, podem ser mais pesadas e ruidosas.

Esteiras de roletes

• Características: série de rolos paralelos que movem o produto. Podem ser gravitacionais (por inclinação) ou acionadas (motorizadas). 
• Quando Usar: perfeitas para itens com fundo plano e rígido, como caixas, paletes e, crucialmente, sacarias de açúcar. 
• Vantagens: simplicidade, robustez, baixa manutenção, capacidade de acumulação de produtos. 
• Desvantagens: não adequadas para materiais a granel ou itens com fundo irregular, custo maior para versões acionadas, podem gerar ruído

Como escolher a esteira ideal para uma usina de açúcar

A seleção da esteira transportadora industrial certa é vital para a eficiência e segurança de uma usina de açúcar. A Kalatec Automação destaca os pontos-chave para essa decisão:

• Tipo de Material: para bagaço de cana (volumoso), esteiras de correia robustas em calha são ideais. Para açúcar a granel (fino), sistemas que minimizem dispersão e contaminação. Para sacarias de açúcar (unitizadas), esteiras de roletes ou correia planas são eficientes.
• Rendimento e Capacidade: a esteira deve ser dimensionada para atender ou superar os picos de produção da usina, garantindo fluxo contínuo e sem gargalos.
• Layout da Planta: considere o espaço disponível, distâncias e necessidade de curvas. Esteiras de correia para trajetos longos e retos; modulares para curvas e complexidade.
• Inclinação: para ângulos acentuados, são necessárias correias especiais com taliscas ou esteiras modulares de alta fricção para evitar deslizamentos.
• Robustez e Durabilidade: o ambiente da usina exige equipamentos resistentes à abrasão, umidade e operação contínua 24/7.
• Higiene e Limpeza: essencial para o açúcar. Priorize materiais de fácil limpeza e superfícies que evitem contaminação, como esteiras modulares plásticas.
• Normas de Segurança: imprescindível a conformidade com a NR-12 e outras regulamentações para garantir a segurança dos operadores.

Benefícios da automação com esteiras transportadoras

A implementação de esteiras transportadoras industriais em uma usina de açúcar é um investimento estratégico em automação que gera múltiplos retornos. Elas garantem um fluxo contínuo e otimizado de materiais como bagaço de cana e sacarias de açúcar, resultando em:

• Ganho Operacional e Produtividade: elimina gargalos, aceleram o transporte, reduzem erros e danos, e otimizam o uso do espaço, elevando a capacidade produtiva da usina.
• Economia Significativa de Custos: diminuem a necessidade de mão de obra para transporte, otimizam o consumo de energia, minimizam desperdícios e reduzem custos de manutenção a longo prazo.
• Segurança Aprimorada: reduzem drasticamente os riscos de acidentes e lesões ergonômicas, além de garantir a conformidade com normas técnicas.

Manutenção preventiva e cuidados com o equipamento

Para garantir a máxima eficiência e segurança das esteiras transportadoras industriais em usinas de açúcar, a manutenção preventiva é fundamental, visando evitar paradas não programadas e assegurar o fluxo contínuo da produção. 

Isso envolve inspeções regulares e detalhadas da correia (alinhamento, desgaste), roletes e tambores (travamento, ruídos), estrutura (corrosão), sistema de acionamento (vibrações, superaquecimento) e dispositivos de segurança.

A substituição proativa de peças de desgaste, como correias e rolamentos, baseada nessas inspeções, é crucial para prolongar a vida útil do equipamento e proteger o investimento. 

Integração das esteiras com sistemas automatizados

A verdadeira revolução na automação industrial das usinas de açúcar acontece quando as esteiras transportadoras industriais deixam de ser apenas equipamentos mecânicos e se tornam componentes inteligentes de um sistema interconectado. 

Essa integração é comandada por PLCs (Controladores Lógico Programáveis), que gerenciam o funcionamento e a sequência das esteiras, coordenando-as com outros equipamentos da linha de produção. 

Através de sensores estrategicamente posicionados, é possível monitorar em tempo real parâmetros como velocidade, carga, temperatura, desalinhamento da correia e até mesmo a presença de materiais estranhos, gerando dados valiosos. 

A aplicação da IoT (Internet das Coisas) eleva essa capacidade, permitindo que esses dados sejam coletados, transmitidos e analisados remotamente, viabilizando o rastreamento preciso do material (seja bagaço de cana ou sacas de açúcar) e a implementação de manutenção preditiva. 

Essa integração inteligente ao layout da usina não só garante um fluxo contínuo e otimizado, mas também proporciona maior precisão, segurança e a capacidade de tomar decisões baseadas em dados, transformando a usina em uma operação mais eficiente e responsiva.

Eficiência energética e redução de custos operacionais

Para as usinas de açúcar, a eficiência energética e a redução de custos operacionais das esteiras transportadoras industriais são cruciais. Isso se alcança através de:

• Escolha Inteligente: Dimensionamento preciso para o tipo de material (bagaço de cana, sacarias de açúcar), uso de motores elétricos de alta eficiência (IE3/IE4), redutores de velocidade e componentes de baixa fricção.
• Operação Otimizada: Implementação de controle de velocidade variável (inversores de frequência) e automação com sensores para evitar funcionamento ocioso e ajustar a operação à demanda.

Essas práticas resultam em menor consumo energético, redução de desperdício, menor desgaste e custos de manutenção preventiva, e maior disponibilidade do equipamento.

Segurança e ergonomia no uso de esteiras industriais

A segurança industrial e a ergonomia são essenciais para as esteiras transportadoras industriais em usinas de açúcar. A conformidade com normas como a NR-12 no Brasil é obrigatória, exigindo proteções fixas e móveis, dispositivos de parada de emergência e sistemas de intertravamento para prevenção de acidentes. 

Além disso, a ergonomia é vital para reduzir o esforço dos operadores, com acessos facilitados e a eliminação de movimentação manual de cargas. 

Ao integrar esses princípios desde o projeto, garante-se um ambiente de trabalho mais seguro, saudável e produtivo, protegendo o capital humano e assegurando o fluxo contínuo.

Tendências tecnológicas em transporte automatizado para usinas de açúcar

As esteiras transportadoras industriais nas usinas de açúcar estão evoluindo com a Indústria 4.0, tornando-se mais inteligentes e conectadas. As principais tendências incluem:

• Digitalização e IoT: sensores e IoT (Internet das Coisas) coletam dados em tempo real, integrando as esteiras a sistemas de controle centralizados para uma visão holística da operação.
• Manutenção Preditiva: análise de dados dos sensores permite antecipar falhas, programando intervenções antes de paradas não planejadas.
• Módulos Inteligentes: componentes com sensores embarcados e capacidade de controle descentralizado.
• Robótica e Automação Avançada: robôs, indústrias e AGVs complementam as esteiras em tarefas como paletização de sacarias de açúcar e transporte entre linhas.

Essas inovações impulsionam a eficiência operacional, segurança e o fluxo contínuo nas usinas. 

Qual a inclinação máxima de uma esteira transportadora?

A inclinação máxima de uma esteira transportadora varia de acordo com o tipo de correia e com o comportamento do material transportado.

• Correias lisas: normalmente operam entre 15° e 22°, dependendo da fluidez, umidade e ângulo de repouso do material.
• Correias com taliscas ou bordas laterais: suportam inclinações maiores, chegando a 25° a 45° no caso das taliscas, e até 70° a 90° em sistemas com paredes laterais que permitem transporte quase vertical.

A definição final depende de fatores como granulometria, aderência, velocidade da correia e abrasividade, que influenciam diretamente a estabilidade do material durante o transporte.

Qual a vida útil de uma esteira transportadora?

A vida útil de uma esteira transportadora está diretamente relacionada às condições de operação e à qualidade da manutenção. Como explica o Engenheiro Mecânico Sérgio Araújo, Gestor Técnico da unidade Fabril Kalatec Máquinas:

 “A maioria das esteiras industriais apresenta vida útil entre 5 e 15 anos, mas esse período pode variar de acordo com fatores como carga aplicada, abrasividade do produto, alinhamento e limpeza.”

Araújo ainda afirma que esse período pode ser significativamente maior ou menor, influenciado por: qualidade da Correia, condições de Operação, manutenção e ambiente, como por exemplo a temperatura.

A combinação entre bom projeto, componentes de qualidade e manutenção estruturada é o que determina a longevidade da esteira. Com esses cuidados, o equipamento oferece operação contínua e previsível, essencial para processos industriais de alto fluxo.

Qual o melhor tipo de esteira transportadora para bagaço?

O transporte de bagaço de cana exige uma esteira capaz de lidar com grande volume, fibras longas, umidade elevada e ambiente abrasivo. Por isso, soluções robustas e específicas para materiais a granel são as mais indicadas.

Fizemos essa pergunta ao Engenheiro Mecânico Samir Kassouf, profissional com ampla experiência em usinas de açúcar na região de Piracicaba, um dos principais polos sucroalcooleiros do País. Segundo ele:

“O melhor tipo de esteira transportadora para bagaço de cana é geralmente a esteira de correia côncava ou a esteira de taliscas metálicas, devido à sua alta resistência à abrasão, capacidade de transportar grandes volumes e possibilidade de operar em ambientes agressivos e úmidos.”

Considerando os dois aspectos destacados pelo Engenheiro Kassouf, o alto volume de transporte e resistência a ambientes agressivos, os tipos de esteira mais indicados são:

1. Esteira de correia côncava: indicada para o transporte principal entre etapas do processo, especialmente em longas distâncias e em aplicações com alto fluxo de bagaço seco ou parcialmente úmido. 

Sua geometria côncava “abraça” o material e reduz o derramamento, permitindo maior volume por metro linear. 

2. Esteira de taliscas metálicas: indicada para ambientes extremamente úmidos ou quentes, especialmente em áreas onde o bagaço cai diretamente da moenda ou tende a se acumular devido à alta carga de fibras.

Sua construção metálica oferece excelente resistência mecânica e abrasiva, reduz o risco de falhas sob impactos e garante operação contínua em condições agressivas.

Conclusão

O transporte de bagaço e outros materiais fibrosos nas usinas de açúcar exige soluções robustas, eficientes e adequadas às condições severas do processo. A escolha correta do tipo de esteira depende de critérios técnicos como abrasividade, umidade, carga aplicada, inclinação e regime de operação contínua.

Além da seleção do tipo de esteira, o desempenho final do sistema está diretamente ligado aos componentes que o acionam: motores elétricos dimensionados para alto torque, redutores compatíveis com o esforço mecânico, inversores de frequência para controle preciso de velocidade e proteção, além do correto alinhamento entre todos os elementos da transmissão.

Com mais de 35 anos de experiência em automação e movimento industrial, a Kalatec Automação atua como fornecedora especializada em motores, redutores, inversores e toda a especificação técnica necessária para projetos de esteiras transportadoras no setor sucroalcooleiro.