Metodologias que prometem melhorar o fluxo da empresa são sempre bem-vindas. Uma opção muito conhecida e aplicada no mundo todo é o sistema Just In Time, que traduzido significa “na hora certa”.
Esse método foi desenvolvido para aumentar a eficiência da produção, com redução de gastos e desperdícios.
Ao diminuir a quantidade de produtos parados, esse sistema mostra resultados rápidos. Hoje, vamos conhecê-lo melhor e aprender o que significa, como funciona, quais as vantagens e como implementá-lo.
Just In Time (JIT) é um sistema de gestão de produção criado para produzir exatamente o que o consumidor precisa, na hora certa.
Nessa metodologia, ações como adquirir, produzir ou transportar só são realizadas no momento considerado ideal.O JIT é fundamentado em ciclos de produção curtos, com fabricação sob demanda, após a venda do produto.
O método segue os princípios da lean manufacturing – de aumento de produtividade associada a redução de custos.
Portanto, ajuda a empresa a economizar, porque gasta com itens que já foram pagos pelo cliente. Assim, a compra de matéria-prima é feita somente depois da comercialização efetivada.
Sua estratégia é criar um planejamento da produção objetivo, com foco no controle de estoque, e com todas as operações industriais em harmonia, alinhando a produção aos pedidos realizados e fabricando conforme eles são concretizados.
Desta forma, evita-se gastar mais do que o necessário.
O conceito do sistema Just In Time foi criado há mais de 60 anos, por engenheiros da Toyota, no Japão. Foi desenvolvido como uma solução para obter lucro com o mínimo de gasto possível, sem investimento em grandes estoques.
Essa era uma grande necessidade diante do cenário anti-desperdício em que viviam, tentando reestruturar a economia do país, no período pós-guerra.
As operações devem estar em harmonia para alcançar processos otimizados. O correto funcionamento desta metodologia é baseado em alguns fatores como:
A principal vantagem do Just In Time, sem dúvida, é o aumento da produtividade. Ela ocorre devido a padronização dos processos, que tornam-se mais ágeis e limpos. Percebem-se também outros pontos positivos, como:
O armazenamento mínimo, por conta da produção baseada em vendas concretizadas, evita gastos com estoques, que são reduzidos, o que também diminui espaço físico e investimentos neste setor – como manutenção e gestão.
Os processos padronizados e mais enxutos diminuem o desperdício de matérias-primas e insumos – afinal, aqui tudo o que é adquirido, é utilizado.
Com a redução de gastos com armazenamento e transporte, sobra dinheiro para investir em outras áreas, em tecnologias e em equipamentos.
O sistema Just In Time consegue suprir as necessidades do cliente por quantidades e modelos diversos de produtos. Com o método, a produção se torna flexível, permitindo a personalização de lotes.
Um ponto negativo do JIT é a necessidade constante de monitoramento e preparação da equipe, sob risco de algum ponto de falha na cadeia comprometer o trabalho ágil que se espera do método.
Além disso, o Just In Time não pode ser implementado em qualquer empresa. Por exigir respostas rápidas de fornecedores de matéria-prima, ele é mais indicado para negócios com demandas consideradas mais previsíveis.
Um exemplo são as montadoras, que não têm variações elevadas de pedidos que possam resultar em indesejável falta de abastecimento e, consequentemente, atrasos na produção.
Geralmente, os fornecedores para empresas JIT são poucos ou exclusivos, com sede próxima às fábricas, o que torna um dependente do outro e, numa eventualidade, pode ser difícil encontrar fornecedores substitutos rapidamente.
Apesar de ser muito utilizado em todo o mundo, há quem defenda a queda do sistema JIT. Os fornecedores de semicondutores para montadoras de veículos, por exemplo, pedem por compras a longo prazo, como garantia para o setor.
É o que aponta reportagem da revista Exame sobre uma possível mudança nos pedidos Just In Time.
Para adotar o sistema Just In Time, é preciso manter os dados sobre a produção sob controle, acompanhando-os de perto.
São também requisitos para implementação do JIT o comprometimento e agilidade de toda a equipe, para seguir à risca o planejamento e não prejudicar o ciclo produtivo como um todo.
É necessária uma verdadeira integração entre os departamentos da fábrica, utilizando ferramentas tecnológicas para auxiliar nesse sentido.
Um exemplo de instrumento que pode potencializar os efeitos positivos do JIT é o Kanban – ferramenta de gestão visual que ajuda a checar o status das atividades industriais.
Percebemos que o sistema Just In Time prioriza a demanda real do cliente, concluindo as vendas primeiro, para depois comprar o material para fabricar ou montar o produto.
Aprendemos que a filosofia é: não manter estoques reserva de itens mas, sim, fazer encomendas aos fornecedores conforme eles acabam.
Como vantagens, a empresa aumenta os lucros, e o cliente é melhor atendido, com a opção de personalizar lotes.
Vimos também que o JIT ainda pode ser otimizado com ferramentas como o Kanban.Portanto, se você deseja padronizar processos industriais para aumentar a eficiência, o Just In Time é um ótimo caminho.