Quem atua com automação industrial sabe: o que funcionava há 10 anos, hoje pode já estar obsoleto. A indústria evoluiu — e rápido. Com a chegada da Indústria 4.0, os processos ficaram mais integrados, os dados passaram a ter valor estratégico, e a automação deixou de ser apenas um apoio à produção para se tornar o centro das decisões operacionais.
Nesse cenário, o profissional de automação precisa acompanhar esse ritmo. Já não basta saber ligar sensores ou programar um CLP básico. É preciso entender comunicação industrial, integração de sistemas, controle de movimento e, principalmente, ter agilidade para resolver problemas em campo. Além disso, habilidades como boa comunicação, trabalho em equipe e visão de processo fazem toda a diferença no dia a dia com o cliente e dentro das equipes técnicas.
Neste artigo, compartilho as 5 habilidades que considero essenciais para quem quer se destacar e construir uma carreira sólida na área de automação.
1. Domínio de CLP e redes industriais
Saber programar e diagnosticar um CLP com segurança é o básico para qualquer profissional de automação. As linguagens mais comuns — como Ladder (LD), Blocos Funcionais (FBD) e, em alguns casos, Texto Estruturado (ST) — são o ponto de partida.
Mas o que muda hoje é o nível de profundidade exigido. Não basta mais apenas fazer lógicas simples de contatos, é preciso entender bem estruturas de programação, como organizar o código e integrar diferentes dispositivos por meio de redes industriais como Modbus, CANopen, EtherCAT e Profinet.
Na prática, vejo isso todo dia nos projetos da Kalatec. Seja instalando um servo motor, um inversor ou um sistema completo de automação, o CLP é o cérebro da operação ,é a partir dele que toda automação é controlada. Por isso, quem domina bem essa parte consegue propor automação na prática, fazer diagnósticos e propor soluções inteligentes.
E mais: com a chegada de CLPs mais modernos — como o TS600 da INVT, que distribuímos —, já é possível integrar controle de movimento, IHM e comunicação industrial em um único equipamento. Isso exige atualização constante do profissional, tanto no software quanto na forma de pensar a aplicação.
2. Capacidade de diagnóstico e solução de problemas
Na automação industrial, saber resolver problemas rápido e com assertividade faz toda a diferença. E é aí que entra uma das habilidades mais valorizadas em campo: diagnóstico técnico.
O profissional precisa ser capaz de identificar falhas em sensores, atuadores, drivers, CLPs e nas redes de comunicação, mesmo em situações críticas como uma linha parada ou uma máquina em alarme. Para isso, é preciso ter boa formação técnica, conhecimento de como funciona os produtos aplicados e contar com empresas fornecedoras de confiança.
O importante do profissional é dominar o processo e contar com suporte técnico de qualidade, e é por isso que a Kalatec Automação valoriza muito o suporte, pois sabemos que conhecimento d eproduto aplicado precisa ser a especilidade do fornecedor e as respostas precisam ser rápidas a quem aplica.
O diagnóstico exige atenção aos detalhes que, muitas vezes, passam despercebidos até por profissionais experientes. Nem sempre a falha está no hardware ou no software. Às vezes, o problema está na infraestrutura básica da instalação — como destaca Ricardo Ribeiro, Engenheiro de Aplicação da Kalatec:
“Muitas vezes, o problema não está no equipamento, e sim em detalhes como um aterramento mal feito ou ruído na rede causado por cabos mal especificados. Isso sozinho já é suficiente para comprometer toda a automação da planta.”
Por isso, desenvolver a capacidade de diagnóstico, ter domínio das variáveis elétricas e saber interpretar os sintomas com método e critério técnico, faz toda a diferença para um profissional de automação industrial.
3. Conhecimento em Motion Control e Integração de Sistemas
Com a crescente demanda por precisão, repetibilidade e controle de processos em tempo real, dominar Motion Control deixou de ser um diferencial e passou a ser requisito básico para quem atua com automação moderna.
Para isso é preciso conhecer bem os tipos de motores elétricos utilizados na automação e em controles de movimento, como:
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Servo motores – Motores de Indução de ímã permanente para aplicações que exigem alta resposta dinâmica, precisão de posição e torque constante em diferentes rotações.
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Motores de passo – Motores de baixo custo em malha aberta para aplicações de indexações.
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Inversores de frequência – para controle de velocidade e torque em motores de indução.
Mas o ponto central não é apenas conhecer o componente: é entender como ele se comporta dentro do sistema. Saber interpretar curvas de torque, relações de inércia, sincronismo entre eixos, além de aplicar corretamente conceitos como rampa de aceleração, desaceleração, homing, perfil trapezoidal ou S-curve, entre outros.
Por esse motivo acima, a Kalatec oferece gratuitamente a seus clientes treinamentos continuos para reciclagem em especificação de motores, programação de softwares e parametrizações para se obter a melhor performances em cada aplicação.
4. Visão Sistêmica e Leitura de Diagramas Elétricos/Pneumáticos
Um bom profissional de automação não enxerga apenas o CLP ou o painel elétrico, ele entende o processo como um todo. Ter visão sistêmica significa conseguir conectar os elementos físicos (sensores, atuadores, válvulas, motores) com a lógica de controle e o objetivo final da aplicação.
Na prática, isso exige fluência na leitura e interpretação de documentos técnicos, como:
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Diagramas elétricos (ladder, blocos funcionais)
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Diagramas de intertravamento e malhas de controle
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Diagramas pneumáticos e hidráulicos
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P&IDs (Piping and Instrumentation Diagrams)
Esses documentos são o mapa da planta. Saber lê-los com segurança permite diagnosticar falhas, propor melhorias e atuar com autonomia em startups e manutenções. Além disso, em projetos multidisciplinares, essa habilidade facilita a comunicação com as áreas de processo, elétrica e instrumentação.
Na Kalatec, valorizamos quem enxerga além do quadro elétrico e entende como aquela automação está conectada ao desempenho da linha como um todo.
5. Comunicação e Trabalho em Equipe (Soft Skills)
Por melhor que seja tecnicamente, um profissional de automação só consegue entregar valor quando sabe se comunicar e trabalhar em conjunto. Isso vale tanto para interações com o cliente quanto dentro da equipe de projeto.
É comum precisar explicar uma falha ou propor uma solução para áreas não técnicas, como manutenção, produção ou compras. Nesses momentos, a clareza na comunicação evita retrabalho, acelera decisões e aumenta a confiança no profissional.
Além disso, a automação raramente é uma ação isolada. Ela envolve eletricistas, projetistas, programadores, mecânicos e, muitas vezes, fornecedores e integradores. Saber colaborar, ouvir e documentar tecnicamente o que foi feito é um diferencial claro.
Como costumo dizer nas reuniões de time: Conhecer a aplicação, analisar, estudar hipóteses e probabilidades são fundamentais paar ser bem sucedido nos projetos e análises de sistemas de automaçao.