Desperdícios não são mais admitidos nas empresas que visam crescimento. Neste contexto, os princípios do lean manufacturing têm sido usados para direcionar ações e até comportamentos.
Esta maneira de fazer gestão contribui para a redução de custos operacionais na indústria, abolindo tarefas improdutivas, ao propor soluções simples e enxutas. Continue a leitura para conhecer a metodologia lean e de que forma é usada.
Lean manufacturing é um modelo de produção que busca reduzir e eliminar erros e desperdícios, além de aumentar a qualidade e a eficiência dos processos produtivos de uma empresa, utilizando ferramentas que ajudam nesta finalidade.
Também conhecido como lean production, pode ser traduzido como manufatura enxuta.
O lean manufacturing se baseia no cálculo de todos os gastos a serem aplicados em um produto, ainda na fase de projeto, ajudando a diminuir riscos no negócio.
Após a Segunda Guerra Mundial, quando o Japão tentava reerguer sua economia, havia a necessidade de produzir com pouco estoque e fluxo de caixa curto, sem deixar de lado a eficiência e a qualidade.
Então, os engenheiros Taiichi Ohno e Eiji Toyoda desenvolveram o Sistema Toyota de Produção (Toyota Production System) que, com produção ágil e flexível, conseguiu atender a diferentes demandas do mercado.
Foi assim que surgiu o modelo de manufatura enxuta, que veio a ser chamado pelo termo “lean”, pela primeira vez, no final dos anos 80.
A metodologia foi incorporada na rotina de milhares de empresas ao redor do mundo, complementando as práticas da indústria moderna.
O método lean é fundamentado em 5 princípios básicos que devem ser observados pelas empresas, para que caminhem em direção à excelência operacional. Eles atuam em conjunto para potencializar os resultados e reduzir perdas.
Trata-se do valor agregado de um produto ou serviço e se refere a quanto o cliente está disposto a pagar.
Nesse contexto, é de alta relevância conhecer a opinião do público-alvo, afinal, como é ele quem consome, é ele quem define a necessidade ou importância de algo. Esse é o ponto de partida para identificar os itens e processos desnecessários e, então, eliminá-los.
Este princípio é relacionado ao mapeamento e análise dos processos realizados na empresa, para identificação, eliminação ou melhoria de tarefas que não agregam valor
É composto pelos fluxos de materiais, de informações e de pessoas.
Esse conjunto de atividades (sequenciadas ou não) inclui tudo o que é envolvido para que um determinado produto seja concebido, desde o planejamento até o lançamento do mesmo.
É a ideia de produção ininterrupta com o objetivo de atender às demandas dos clientes da forma mais enxuta e ágil possível. Desta forma, não haverão produtos parados e estoques abarrotados.
Esse princípio inclui o processamento rápido e organizado de pedidos e, para funcionar adequadamente, precisa também da garantia de uma equipe, fornecedores e logística eficientes.
Tem como principal objetivo evitar os excessos e auxiliar as empresas a não comprometerem seu capital de giro e sua locação.
Esse modelo de produção fabrica itens somente quando há demanda, ou seja, na quantidade e momento certos. Isso ajuda a dispensar estoques, já que os produtos vão direto para os pontos de venda.
Busca alcançar a excelência dos métodos produtivos, de forma que os processos sejam perfeitos. Basicamente, esse é o resultado da implementação e integração dos princípios anteriores.
Nesse ponto, espera-se que todos os desperdícios tenham sido eliminados, que a qualidade dos produtos tenha sido mantida e que o valor oferecido ao cliente não tenha sido afetado.
O lean ajuda a identificar as atividades que não agregam valor, enxugando ao máximo os desperdícios e, consequentemente, seus impactos na fabricação. Conheça suas principais vantagens:
Desperdício é tudo aquilo que consome recursos, mas não agrega valor ao cliente, e a manufatura enxuta trabalha para combatê-lo, solucionando problemas e defeitos assim que aparecem, permitindo às empresas uma boa performance.
Um exemplo de ação contra desperdício é a reformulação de embalagens, para assegurar que elas utilizem apenas a quantidade realmente necessária de materiais.
Outro exemplo é adoção de equipamentos de automação, para agilizar processos e realizá-los com maior precisão, além de reduzir retrabalhos e evitar perda de produtos.
Com a produção feita segundo as demandas, recursos e dinheiro não ficam “parados”. Consequentemente, não há produtos estagnados e os estoques diminuem.
Para alcançar esse modelo ideal, o gerenciamento deve ser eficiente, com controle acirrado sobre os materiais que estão sendo usados nos processos. Deve ser mantida apenas a matéria-prima essencial para a fabricação e para determinado período de tempo.
Para isso funcionar, a equipe comercial da empresa precisa ser afiada e conhecer bem as demandas de seus clientes, para que não ocorram devoluções ou reprovações.
As melhorias feitas agregam valor tanto aos processos quanto aos produtos ou serviços, contribuindo para atender às expectativas do consumidor, entregando produtos com mais qualidade.
Para conseguir esse padrão elevado sem prejudicar o lucro, as empresas têm que, cada vez mais, reduzir seus custos com a fabricação, combatendo os problemas em sua raiz, para evitar falhas e prejudicar todo o fluxo de atividades.
Quando aplicada, a produção enxuta naturalmente direciona a equipe a seguir por caminhos de resolução de problemas, pois essa metodologia acaba se tornando uma filosofia presente em todas as ações.
Isso resulta em atividades mais eficientes, sem perda de tempo, nem excessos, pois cria-se uma consciência coletiva da equipe, que sabe o que fazer para manter a harmonia de um trabalho contínuo.
O método lean incentiva a participação de toda a equipe e uma supervisão próxima e atenta, para que todos contribuam na luta contra os desperdícios, que podem teimar em querer aparecer, vez ou outra.
Com a dedicação de todos para a redução de erros e a simplificação das atividades, a produção é potencializada, melhorando os resultados. Ou seja, a padronização e uma postura enxuta contribuem diretamente para o aumento da produtividade.
O envolvimento de todos os integrantes de uma empresa é fundamental para que a metodologia lean funcione. Ela pode ser praticada diariamente, por meio de pesquisa e análise das demandas e necessidades do cliente, por exemplo.
Outras formas de aplicar envolvem a observação da empresa, com o levantamento de tudo o que é realizado nela, indo até onde o problema está e detectando pontos de melhoria.
O diálogo com os funcionários também é uma boa medida, pois eles estão em contato direto com os processos e podem dar sugestões e palpites valiosos.
Existem muitas ferramentas lean para auxiliar a sua implementação em um negócio:
São inúmeros os instrumentos lean para adotar em uma empresa. Vale analisar suas características para escolher a melhor opção para cada sistema produtivo.
A TPM tem por objetivo a diminuição do tempo de inatividade. Ela abrange um grupo de ações para evitar quebras e defeitos no maquinário, para melhorar o seu potencial produtivo.
Essa ferramenta envolve todos os trabalhadores para aplicar manutenções industriais como, preventiva, corretiva, autônoma e planejada. Isso é importante para impedir atrasos e paradas desorganizadas.
Essa ferramenta de gestão visual ajuda a verificar o status das atividades fabris. Serve para comunicar informações sobre as áreas da empresa, integrando-as, para planejar ações. Entre suas vantagens, contribui para uma gestão de estoque mais eficiente.
Geralmente, as atividades são registradas em cartões que, por sua vez, são organizados em um quadro, em categorias como: “a fazer”, “fazendo” e “feito”.
Baseado em um lead time (ciclo de produção) curto, relacionado à produção por demanda, ou seja, a fabricação do produto só é feita após a sua venda.
Isso gera economia significativa porque a empresa só gasta com os itens que já foram pagos pelo cliente, além de reduzir investimentos com estoques.
O JIT atende a quantidades e modelos variados de produtos, satisfazendo a vontade do consumidor.
Essa ferramenta defende uma atitude ou pensamento de sempre tentar melhorar as tarefas cotidianas. Para isso, é preciso evitar a estagnação, procurando sempre evoluir.
Seu funcionamento depende da participação de todos os funcionários, do chão de fábrica às lideranças, que devem se dedicar a realizar pequenas mudanças diárias, que irão resultar em grandes transformações positivas ao longo do tempo.
Pode ser aplicada em diversos segmentos, e não somente no ambiente empresarial.
Tem como intuito a organização, obtida por meio de muita dedicação no cumprimento de 5 fundamentos: senso de utilização, senso de organização, senso de limpeza, senso de padronização e senso de autodisciplina.
O 5S elimina desperdícios e facilita a realização das atividades, buscando a qualidade e a melhoria contínua em todos os setores.
Ferramenta cuja principal característica é a parada de produção imediata, para sanar problemas no momento em que são identificados. Para isso, são usados 4 pilares:
O Jidoka defende a eficiência dos processos, por isso, é importante automatizar os sistemas de produção, pois, dessa forma, muitas máquinas conseguem parar automaticamente quando são percebidos defeitos.
A tradução dessa sigla em inglês significa “Planejar, Fazer, Verificar e Agir”. Esse instrumento lean propõe, cumpre, avalia e corrige os processos produtivos, tentando melhorá-los de alguma forma, cada vez que são reiniciados.
Podemos dizer que o lema do PDCA é não avançar para a próxima atividade sem ter se dedicado ao máximo na atividade atual. Caso a atividade atual esteja carregada de problemas, é preciso retornar à atividade que a antecedeu.
Instrumento visual que sinaliza onde é necessária uma ação. Pode ser uma luz acesa, por exemplo, indicando uma interrupção em uma linha de produção, que requer atenção (como a detecção de peças defeituosas).
Muitos consideram o Andon como um elemento do Jidoka, pois ele induz uma ação imediata, orientando os operadores a puxarem um cordão ou apertarem um botão avisando aos demais sobre alguma anormalidade e interrompendo automaticamente a produção.
A mudança organizacional proporcionada pela filosofia lean engloba também o uso de KPIs – os famosos indicadores de desempenho. Tratam-se de métricas projetadas para monitorar a performance de uma empresa, incentivando o seu progresso.
Os indicadores têm uma pessoa responsável por sua frequente medição e podem fornecer: alertas antecipados para ocorrências fora do padrão; promover ações de melhoria; e muito mais.
O Lean Manufacturing usa o Heijunka para nivelar a produção e enfrentar as oscilações de demandas dos clientes.
Ele é feito com base em análises de mercado, que irão direcionar a organização dos recursos da empresa, para que ela não pare e mantenha uma produção constante, porém, sem excessos de estoque.
Assim, pretende-se ter produtos disponíveis proporcionalmente às variações na demanda.
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O sistema lean manufacturing nos ensina que dá para favorecer o negócio, deixando-o mais focado. Vimos que, com um trabalho coletivo, é possível colher os frutos prometidos pela manufatura enxuta.
Conhecemos hoje apenas algumas das ferramentas que auxiliam nessa direção, diminuindo ou eliminando desperdícios, sem deixar a qualidade de lado.
Aprendemos que essa metodologia ajuda o sistema de produção a trabalhar melhor e mais rápido, de modo mais econômico. Com equipe e gestão comprometidos a implementar o lean manufacturing, a empresa só tem a ganhar.
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