Como avaliar o gráfico de erro de passo do fuso de esferas retificado
Automação Industrial Dicas para projetos

Como avaliar o gráfico de erro de passo do fuso de esferas retificado

 

Um bom projeto que exige  fusos de esferas retificados depende das escolhas corretas em relação as diferentes classes de precisão que o produto oferece. É importante  considerar que existe Normas Técnicas que rege a classificação dos  fusos de esferas.

Embora a função do fuso de esferas seja promover deslocamentos lineares, temos diferentes exigências muito além da capacidade de carga. E é verdade que mais de 90% dos fusos esféricos comercializados no mercado mundial são laminados, mas haverá momento que a precisão será o fator decisivo para escolha do produto. E nesses casos a solução será usar fusos retificados. O objetivo desse artigo  eles apresentam características distintas e conhecer as diferenças entre eles, fica mais fácil saber qual é a opção certa para cada caso.

Classe de Precisão em Fusos de Esferas

Os fusos de esferas são classificados primeiramente quanto a sua classificação, podendo ser fusos laminados ou fusos retificados.  Para os fusos de esferas laminados temos apenas duas classificações quanto a precisão , trata da classe C10 e C07.

Para os fusos retificados existem mais classificações de precisão, em geral são C07 , C05 e C03.  Para sermos assertivos, o projetista mecânico, precisa saber interpretar o diagrama de erro de passo.  E para essa interpretação é necessário termos bem claro o que significa cada variável apresentada no relatório de erro de passo que pode acompanhar o fuso de esferas retificado com classe de precisão C05 ou C03.

Em linhas gerais, a Classe C10 significa que o fuso de esferas tem um erro de fabricação que pode chegar a variar 0,21mm a um deslocamento de 300mm. E ainda nessa linha de pensamento, a classe de precisão C07 representa uma variação máxima de 0,05mm no mesmo deslocamento de 300mm.

Repare o gráfico abaixo: O Travel Length representa o comprimento total do fuso, e a curva de desvio de passo, é representada pela linha preta. Bem, tudo isso  quer dizer que ao deslocar a castanha do fuso de esferas ao longo do comprimento do fuso e partir ainda da referencia padrão, temos um desvio capturado por máquinas de laboratórios desenvolvidas para essa finalidade.

diagrama de erro de passo para fuso retificado

 

Variação do erro de passo e desvio ao longo do fuso de esferas.

Analise a tabela abaixo, nessa tabela temos a máxima variação permitida de acordo com as normas internacionais. Lembrando ainda que seguindo a norma, o erro de passo é medido em um deslocamento linear de 300mm. E a mesma norma não exige a classificação de erro de passo para as classes de precisão C07 ou C10.

Nessa altura vale a pena a reforçar a diferença entre as unidades e300 e  e2Pi que aparece na primeira coluna abaixo. O e300 representa o erro de deslocamento do fuso em 300mm e o e2PI representa o erro máximo que pode ocorrer em apenas uma volta do passo do fuso, e por isso que é e 2 PI, ou seja , o erro encontrado ou máximo tolerado em um giro de  360 graus do fuso. Em outras palavras  um passo completo.

tabela de precisão do fuso de esferas

tabela de variação de erro de passo para fuso de esferas retificado

É comum um técnico inexperiente não considerar que os fusos retificados dão erro em apenas uma volta do passo, e em alguns casos isso irá  gerar uma frustração grande lá na frente.  Vamos interpretar a  tabela acima para um fuso retificado de classe de precisão C05.

As normas internacionais assegura que um fuso de esferas classificado em C05 deve ter um erro máximo de deslocamento de 0,018mm em 300mm e ainda esse mesmo fuso pode apresentar uma variação de erro de passo de 0,008mm em uma volta do passo.  

automação industrial

O resultado final da precisão não está apenas na classificação do fuso de esferas

Apesar de escolher por exemplo um fuso de esferas retificado C05, outros cuidados também precisão ser adotados para o sucesso da aplicação. 

Para aplicações de precisão a escolha certa dos mancais de extremidade é fundamental. Os suportes de fuso de esferas como modelos BK/BF  ou FK/FF (suporte flangeado) necessitam também ser de classe de precisão C05 que garante uma pré carga ao sistema e elimina folga axial. 

A diferença da classe de precisão pode afetar muito o custo final. 

Ao executar um projeto de automação industrial, especialmente em uma pequena ou média empresa, é indispensável avaliar o orçamento. A ideia não é adquirir os produtos mais baratos, mas obter o melhor custo-benefício. Na escolha de fusos de esferas, esse também é um aspecto com diferenças.

Basicamente, o fuso de esferas é bem difundido no mercado e devido a alta escala de produção obtêm-se custos reduzidos e competitivos comparado as outras soluções. Os fusos retificados C07 são em geral  mais caro que os laminado da mesma classe. O custo se justifica devido ao processo de fabricação e a emissão do relatório de erro.

Independentemente da decisão, é fundamental que o equipamento seja de qualidade. Por isso, veja como escolher um bom fornecedor de automação industrial!

Edilson Cravo

Edilson Cravo

Engenheiro de Aplicação da KALATEC, 23 anos de experiência com mais de 5000 visitas únicas em Indústrias. Especialista em Automação Industrial e apaixonado por Servos Motores, foi treinado nas fábricas EMERSON MOTION CONTROL, YASKAWA, WEG, DELTA, HNC, LEADSHINE e ESTUN. Foi consultor de projetos no Instituto Nuclear Brasileiro, Embraer, Rede Globo, USP (Projeto Inspire) entre outros.